Marketing
MARCA SE CONSTRÓI NO BREAK E NÃO NO LIKE.
A inovação anunciada pela Rede Globo, que passou a permitir que sejam produzidos e veiculados comerciais de dez segundos sinaliza claramente sua capacidade para competir com o streaming. E vem em ótimo momento, pois o Facebook e o Instagram começam a rever alguns aspectos de sua política comercial, já que muitos clientes estão percebendo que curtidas, likes e engajamento não estão se transformando em fluxo no ponto de venda ou lucro no fim do mês para os anunciantes. Com todas as transformações em curso, a TV continua demonstrando a sua força, e agora também se reinventa, para se adaptar aos novos tempos.
Com a criação do novo formato as agências vão poder gerar mais frequência nos intervalos comerciais e consequentemente mais resultados para seus clientes.
Existe um movimento de retorno de clientes para as agências,pois,não estão satisfeitos com os resultados obtidos com investimentos apenas nas redes sociais. Ouvi recentemente de importante executivo de uma das maiores indústrias do Nordeste o seguinte: “ Ruy, os nossos relatórios digitais são excelentes, mas nós nunca vendemos tão pouco na história”. Por isso, penso que é hora de ampliar o debate sobre transparência desses relatórios digitais.
Nos grandes centros, os clientes e seus departamentos de marketing já perceberam que as ferramentas de comunicação que atuam como veículos, mas se autointitulam “plataformas”para escapar das regulamentações das instâncias legais, não têm se comportado de forma transparente e já adotaram um mix de meio e veículos completo e inteligente. Em mercados regionais como o nosso, os clientes que ainda não possuem um departamento de marketing estruturado ainda são bombardeados por ‘’achismos’’ do tipo “Ninguém assiste mais Televisão”. Como bem disse Mário D’Andrea, Presidente nacional da Abap em recente artigo Publicado na Folha de São Paulo, ‘’Qualquer bom profissional de mídia não irá dizer que em comunicação só existe isso ou aquilo. Existe, sim, o tudo junto e combinado , pois cada meio tem suas peculiaridades, fortalezas e fraquezas’’.
Até onde a vista alcança, percebo que em 2019 muitas “verdades” estão sendo revisitadas. É um ano peculiar, onde o decreto do fim da TV mostrou a mudança na plataforma para assisti-la, pois, descobriu-se que atualmente mais de 50% do total de horas consumidas nesse veículo são do público jovem entre 18 e 34 ANOS com a previsão de alcançar 78% de telespectadores, através do streaming. Esse ano, marcas nativas do digital tiveram que anunciar na televisão: Trivago, IFood, Uber e Spotify. Elas perceberam finalmente que marcas são construídas no break e com um robusto e amplo planejamento de mídia.
Pra celebrar essa sacada da Globo a A SIN comunicação foi a primeira agência a veicular nesse novo formato comercial de 10 segundos na TV Cabo Branco.
Escolhemos o “Maio Amarelo” como tema de um filme solicitado pelo cliente (SINTUR), Sindicato das Empresas de Transporte Urbano de João Pessoa em parceria com a ONG ETEV. O desafio de chamar a atenção da sociedade para o alto índice de mortes e feridos no trânsito. O tema foi “No trânsito, o sentido é a vida”.
Definido o formato, o desafio permanecia: qual conteúdo poderia ser veiculado que chamasse a atenção das pessoas sobre um tema tão grave, as mortes no trânsito. Surgiu a ideia de enfrentar um grande problema: os acidentes de moto. Partiu-se da percepção de que não existe uma faixa exclusiva destinada as motos, mas que informalmente, os motoqueiros, na sua imprudência, acabam por criá-la. Nasceu a campanha “Mo(r)tos” com o conceito: “A Vida não pode ser levada tão depressa”.
Para complementar foram feitas duas peças: anúncio de jornal do tipo rouba-página e o pioneiro VT de 10”. O filme foi veiculado na TV Cabo Branco, afiliada da Globo no estado e o anúncio de jornal nos Jornais Correio e Jornal Já. Foi também veiculado no Ads Of the World, site de renome internacional onde são expostos os melhores layouts de anúncios de todo o mundo.
O resultado não poderia ser melhor.
Empreendedor e fundador do Sin Group.