Negócios
LIÇÕES DA QUARENTENA
Sobram teorias para traçar como será a retomada econômica após a crise do novo coronavírus. Há os que acreditam que teremos uma curva em L, quando o consumo despenca e permanece em baixa por um tempo; também falam da curva em U, que prevê uma retomada depois de um período de queda e a V, a mais otimista, em que o consumo se recupera de forma rápida.
Lendo o último boletim Focus, observamos que a projeção de inflação (IPCA) para 2020 e 2021 permaneceu estável, em 1,63% e 3%, respectivamente. A previsão do PIB para 2020 passou de -6,54% para -6,5%. Para 2021, permaneceu em 3,5%; Eles acreditam que a taxa de câmbio permanece em R$ 5,20 em 2020 e passará de R$ 5,00 para R$ 5,05 em 2021. E a Selic permanece em 2% ao final de 2020 e passará 3% ao final de 2021.
Mas independentemente da velocidade de recuperação do mercado, é necessário pensar: como sair melhor da crise? Aqui na Sin, esse novo cenário também impactou três das nossas verticais logo no final de março, provocando um grande desconforto, a necessidade de encontrar novos caminhos, e o nosso maior desafio naquele momento foram os clientes continuar com nossos serviços, mas muitos estavam sem fluxo de caixa da noite para o dia. Tivemos então que montar um plano de contingência rápido e eficiente.
Plano de ação com 6 pontos
Logo após termos colocado todos os times em home office, passamos a realizar reuniões com heads, e se desenvolveu um Modelo de Travessia para lidar com a crise e ajudarem outras empresas a fazer o mesmo.
1. Gestão de crise
Organizamos o nosso fluxo de caixa para sobreviver a curto prazo, sem se desorganizar a longo; implantamos cortes e ajustes que nos permitiram fazer a travessia sem comprometer a perpetuidade do negócio; e dividimos a nossa experiência com alguns clientes, que fizeram o mesmo.
2. Alinhamento do time
Os primeiros dias não foram fáceis, mas posteriormente conseguimos alinhar o time mesmo remotamente e, da nossa maneira, colocamos todos na mesma página, atuando em sintonia.
Na semana passada, aplicamos uma pesquisa interna, e o feedback foi bastante positivo.
3. Retenção de clientes
Mantivemo-nos ainda mais próximos dos nossos clientes, mesmo daqueles que não tinham como nos remunerar. Não perdemos nenhum, graças ao empenho e à dedicação dos nossos colaboradores, que se desdobraram para oferecer soluções especiais para mantê-los conosco.
4. Acelerar a transformação dos clientes
Fizemos de tudo para colocar o mais rapidamente possível alguns dos produtos dos nossos clientes no digital. Conseguimos manter muitas operações funcionando em plena quarentena. Focamos em ajudar na elaboração de redução de custos e no redesenho de produtos com maior valor agregado de clientes que não tinham demanda.
5. Apoio ao pequeno
Em paralelo passamos a ajudar também pequenos negócios que estavam completamente em colapso, como o Sindicato de Bares e Hotéis da Paraíba, por entendermos que essa cadeira é um dos principais motores da economia.
6. Experimentamos muito
Foi um momento de muita experimentação, adotando as videoconferências, levando soluções rápidas para a educação online, a telemedicina e o e-commerce, colocando dirigentes de marcas para falar com seus clientes numa live pela primeira vez e criando muitas novidades que serão permanentes em nossas rotinas.
O resultado de tudo isso é que estamos saindo da pandemia mais experientes do que antes. E, com o online sendo a única opção para os serviços não essenciais naquele momento, foi despertada não só a necessidade de a empresa se adaptar, mas também de se diferenciar dos concorrentes, tornando nosso papel fundamental ao lado do cliente, que virou protagonista de tal forma que não quer mais sofrer e que daqui para a frente, escolherá a melhor opção, sem se importar com o histórico de relacionamento com sua agência.
Empreendedor e fundador do Sin Group.